furo
Perfuro o papel para
poder fechar os olhos
sozinha do jeito que posso
enquanto ressoa infiel
meu grito que pára na face
do liso e pálido caio
com as sobras feito um corredor
e levam para onde há
luz tão intensa e não se vê
o buraco por onde passa:
a letra deixa o vão e despenca
pálida e cega,
resto no áspero imperfeito
17/01/2001