(sem título 4)
A palavra escrita é abstrata o suficiente para ser inescapável. A única realidade da palavra é ser ouvida ou lida e a ela portanto, como realidade, pertence o leitor, o ouvinte. Por isso não abro as gavetas, os envelopes, mantenho-os alheios. Por isso escrevo, para me libertar do que li e do que ouvi. Será que estou pronta a partilhar minha prisão com essa realidade profunda da leitura? Tornar-me voluntariamente a gaveta, o envelope que outros e outras abram?
01/01/2001